O que é Síndrome de Down?
Algumas pessoas vêm até
a mim e perguntam “O que é Síndrome de Down e como isso ocorre? Então vamos lá
tentar tirar algumas dúvidas pertinentes
sobre a Síndrome de Down.
A síndrome de Down (SD) é uma
alteração genética produzida pela presença de um cromossomo a mais, o par 21,
por isso também conhecida como trissomia 21.
A SD foi descrita em 1866 por John Langdon Down. Esta alteração genética
afeta o desenvolvimento do individuo, determinando algumas características
físicas e cognitivas. A maioria das pessoas
com SD apresenta a denominada trissomia 21
simples, isto significa que um cromossomo extra está presente em todas as
células do organismo, devido a um erro na separação dos cromossomos 21 em uma
das células dos pais. Este fenômeno é conhecido como disfunção cromossômica.
Existem outras formas de SD como, por exemplo: mosaico, quando a trissomia está
presente somente em algumas células, e por translocação, quando o cromossomo 21
está unido a outro cromossomo.
O diagnóstico da SD
se realiza mediante o estudo cromossômico (cariótipo), através do qual se
detecta a presença de um cromossomo 21 a mais. Este tipo de análise foi
utilizado pela primeira vez em 1958 por Jerome Lejeune.
Não se conhece com
precisão os mecanismos da disfunção que causa a SD, mas está demonstrado
cientificamente que acontece igualmente em qualquer raça, sem nenhuma relação
com o nível cultural, social, ambiental, econômico, etc. Há uma
maior probabilidade da presença de SD em relação à
idade materna, e isto é mais freqüente a
partir dos 35 anos, quando os riscos de se gestar um bebê com SD aumenta de
forma progressiva. Paradoxalmente, o nascimento de crianças com SD é
mais freqüente entre mulheres com menos de 35 anos, isto se deve ao fato de que
mulheres mais jovens geram mais filhos e também pela influência do diagnóstico pré-natal,
que é oferecido sistematicamente às mulheres com
mais de 35 anos.
Quando o individuo, masculino ou feminino,
apresenta um autossomo a mais, sendo
45A + XY Masculino e 45A + XX feminino. A trissomia do cromossomo 21 ocorre quando os cromossomos não separam durante a gametogênese (óvulo e espermatozóide). Assim, o novo individuo fica com três cromossomos sexuais um a mais.
45A + XY Masculino e 45A + XX feminino. A trissomia do cromossomo 21 ocorre quando os cromossomos não separam durante a gametogênese (óvulo e espermatozóide). Assim, o novo individuo fica com três cromossomos sexuais um a mais.
Como a SD é uma
alteração cromossômica, é possível realizar um diagnóstico pré-natal utilizando
diversos exames clínicos como, por exemplo, a amniocentese (pulsão transabdominal
do liquido amniótico entre as semanas 14 e 18 de gestação) ou a biópsia do vilo corial (coleta de um fragmento da placenta). Ambos os exames
diagnosticam a SD e outras cromossopatias.
Recentemente a
prática médica tem incorporado métodos para a determinação do risco de ter um
filho com SD, como por exemplo, o exame bioquímico, que se realiza mediante a
avaliação dos níveis de substâncias químicas no sangue materno alterado no caso
da SD. Este exame se realiza entre a semana 14 e 17. A ultrassonografia também
pode colaborar para detectar a SD, através dos marcadores ecográficos,
principalmente da prega nucal, que pode ser medida a partir da décima semana de
gestação. Estas últimas intervenções não são consideradas diagnósticas, para
isso é necessário realizar os exames mencionados em primeiro lugar.
Embora as
alterações cromossômicas da SD sejam comuns a todas as pessoas, nem todas
apresentam as mesmas características, nem os mesmos traços físicos, tampouco as
malformações. A única característica comum a todas as pessoas é o déficit
intelectual. Não existem graus de SD; a variação das características e
personalidades entre uma pessoa e outra é a mesma que existe entre as pessoas
que não tem SD.
Cerca de 50% das
crianças com SD apresentam problemas cardíacos, algumas vezes graves,
necessitando de cirurgia nos primeiros anos de vida.
A intervenção
médica pode acontecer com a finalidade principal de prevenção dos problemas de
saúde que podem aparecer com maior frequência na SD. Queremos destacar que a SD
não é uma doença e sim uma alteração genética, que pode gerar problemas médicos
associados.
Devemos olhar a
pessoas com SD em sua singularidade, para que possa ter um pleno desenvolvimento enquanto
sujeito.
Fonte: Fundação Síndrome de Down
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